domingo, 29 de outubro de 2017

É da minha natureza compreender e seguir regras... 
Entendo que desde o momento em que as aceito,
mesmo que seja difícil cumpri-las, 
deverei seguir honrando minha palavra. 
Há uma premissa inglesa que diz : 
" É difícil, é duro, mas se é a lei ..." e de alguma forma a sigo.
Tudo isso para falar da falta de observância, de algumas pessoas, 
às regras básicas de boa convivência como a pontualidade, 
o cumprimento à palavra empenhada, o aceitar as regras combinadas...
Simplesmente compreender que: 
"Nada que tenha sido acertado com antecedência custa caro demais".
Cika Parolin
A existência tem um espectador crítico que se chama tempo! 
Ele assiste aos nossos tropeços e acertos... 
e depois nos mostra o que poderia ter sido diferente. 
Cika Parolin

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Não vejo o menor problema
em voltar atrás, reconhecer que algo não deu certo, 
mudar de rumo, rever opiniões...
Somos seres pensantes e isso, por si só,
é motivo suficiente para não permanecermos em caminhos 
e situações que nos escurecem os horizontes.
Cika Parolin

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Há ocasiões em que basta uma crítica negativa dirigida a nós
que nos deixamos abater 
e nos desmotivamos a seguir nossos planos...
É preciso aprender a sublimar os julgamentos alheios, 
sem arrogância... mas ter em mente que nem sempre
as opiniões vindas de forma pouco construtiva,
devem ser levadas em consideração.
Cika Parolin

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Acredito que podemos, sim, 
perdoar as dores que nos causaram...
Quanto a esquecê-las depende de vários fatores
como o tempo, o silêncio 
e a verdadeira predisposição, de quem nos magoou,
em promover esse esquecimento,
agindo de maneira diversa da que causou a dor.
Cika Parolin

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

As palavras também têm perfume...
E na sua fragrância percebemos a alma de seu criador.
É possível sentir a mais delicada essência poética
ou os odores mais agrestes de seres que as usam
para ferir e destilar rancores. 
É o talento da escrita usado para causas menos nobres
que perfumar com poemas.
Cika Parolin

sábado, 21 de outubro de 2017

Tarde cinza...
Gosto desse ar de nostalgia gris
que devora as horas bem devagar,
até encontrar a noite e seu breu.
Cika Parolin

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

A vida é movimento constante.
Creio que aí está toda a graça em vivê-la:
No não saber o que será amanhã;
no desconhecer que laços se romperão 
e quais elos irão se formar.
No inexorável movimento da vida
está o mistério dos encontros
e dos desencontros.
Cika Parolin

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Jamais lastime o tempo que dedicou
ao que julgava bom e útil a alguém...
Mesmo que aos olhos de alguns 
pareça coisa de pouca importância, 
o amor e o zelo que empregou
poderão ser valiosos a uma única pessoa
e, por isso mesmo, terão valido a pena. 
Cika Parolin

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Há lugares e situações em que não cabemos...
Não que sejamos grandes,
apenas são espaços onde nossa alma não se adequa
e a ela não se força nada.
Cika Parolin

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

À sombra dos cinamomos,
com suas delicadas e perfumadas flores,
abrigavamo-nos do calor escaldante.
Um perfume exótico tomava conta do campo
e fomos envolvidos pela impressão de que 
mais nada seria preciso para que aquele dia fosse inesquecível.
A brisa sacudia de leve as árvores
e dela se desprendiam pétalas
que salpicavam o chão de branco e lilás.
Mamãe estendia a toalha xadrez
e servia sanduíches de patê de salame
e as suas famosas cucas alemãs
acompanhadas por "gengibirras"
que faziam a nossa alegria.
Ali permanecíamos até o anoitecer
a jogar conversa fora
e nós, crianças, encantadas com as histórias
repetidas de geração em geração.
Ou ainda, pelas intermináveis cantorias
de onde não escapavam o "Luar do Sertão",
e outras jóias do cancioneiro popular do sul,
que papai adorava cantar.
Quando a noite chegava, junto com o coaxar dos sapos,
ajuntávamos tudo e voltávamos rumo à casa grande,
iluminados pela lua e sem olhar para trás,
com medo dos boitatás que pareciam nos seguir...
Cika Parolin

sábado, 14 de outubro de 2017

Amadurecer não é ver as marcas do tempo 
se instalarem no nosso corpo...
Mas entardecer com a sabedoria dos que aprenderam as lições 
ministradas por ele.
Cika Parolin
A palavra serve tanto para abrir caminhos e derrubar barreiras,
como para fechá-los e construí-las.
É do livre-arbítrio de cada um decidir o que fazer com as suas.
Cika Parolin

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

O escritor e mestre Rubem Alves disse que
"Ensinar é um exercício de Imortalidade".
Deve ser por isso que lembrarei,
enquanto eu viver, de uma Mestra que transitou
por meu aprendizado, de quem lembro com muita frequência quando busco uma referência de dedicação e carinho à arte de ensinar. Trata-se de "Dona Manoelita", a primeira professora de quem sentia o perfume de rosas, enquanto ela segurava a minha mão ao rabiscar as primeiras letras. Ela não era apenas a professora que cheirava a rosas... Era um ser humano de primeira linha,

pois tinha uma capacidade única de se comover com o que estava além da sala de aula, preocupava-se com seus alunos menos favorecidos pela sorte, (como eu).Trazia consigo sanduíches de pão com queijo que distribuía para os que não tinham um lanche, a exemplo dos mais abastados. Eu mesma fui aquecida por um dos casacos que ela tricotara durante o ano para que seus alunos não sofressem nos dias mais frios. Lembro-me dela me chamando pelo nome, enquanto os outros iam para o recreio:  "Cirlei, fique uns minutos aqui comigo" - então, fora até um pequeno armário no fundo da sala e de lá tirara um casaquinho de tricô, azul claro, com botões madre-pérola e dissera-me: "Guardei este para você, pois é da cor dos seus olhos." Na inocência dos meus sete anos, fiquei vermelha feito um tomate e deixei que me ajudasse a vesti-lo, abotoando-o... Que sensação maravilhosa ir para o recreio ostentando aquela preciosidade macia, cheirando a rosas!  Aquele casaco me acompanhou por muito tempo e mamãe sempre que surgia a oportunidade mostrava-se grata à professora que se preocupou com a escassez de roupas de sua filha, enviando-lhe alfaces e cenouras que plantava no pequeno quintal.
Dona Manoelita já partiu dessa existência, mas não sem que, um dia, eu pudesse procurá-la, levar-lhe flores, chocolates e um casaco na cor azul-clara, para aquecer o corpo daquela que um dia me agasalhou.
Encontrei uma senhorinha risonha, com dificuldade para se levantar, que não fazia a menor ideia de quem eu era e muito menos se lembrava de ter me tricotado um casaquinho. Sorrindo disse-me: "Eu não lembro disso, mas se você diz, então deve ser verdade...! Eu a abracei forte e voltei a sentir o mesmo perfume da minha infância, 
que já não era mais de rosas, mas de um jardim de gratidão!
E claro, chorei! ... sem que ela soubesse o motivo, mas eu estava diante de alguém que não apenas me ensinara as letras, mas ensinou-me o olhar que devemos ter ao sofrimento alheio! 
Hoje, meu perfume também é de rosas, o que me traz com frequência à lembrança Dona Manoelita, uma Mestra na arte da humanidade!


sábado, 7 de outubro de 2017

Quando nos encontramos ,
prometemos que não haveria promessas...
Nossos passos seriam à "la Vinicius de Moraes", 
eternos enquanto durassem.
No entanto, cá estamos nós 
amalgamados até o fim,
ou até a eternidade.
Cika Parolin
Queira-se bem...
Olhe-se com bons olhos!
Ao invés de procurar no espelho possíveis falhas,
olhe para os detalhes lindos:
aquele brilho no olhar, o sorriso que continua lá,
as inseguranças que ficaram na juventude,
a serenidade que a idade madura soube trazer...
Olhe-se com olhos generosos
e perceberá que nem só de pele lisinha,
barriga "zerada" e pouca idade é feita a beleza.
Cika Parolin