sábado, 10 de dezembro de 2016

Da cozinha da velha casa vinha um maravilhoso perfume de especiarias : 
cravo, canela, cardamomo, noz-moscada, coentro, anis...
que invadia todos os cantos e enchia nossa alma de alegria.
Sim!!! Novamente o perfume do NATAL...
Mamãe novamente cumpria o ritual das bolachas
feitas de geração em geração,
 cuja receita vem de um passado remoto.
A nós crianças era permitido participar..
desde que estivéssemos com as mãos rigorosamente limpas! 
Podíamos manusear a massa, cortá-la com formas de corações, botas , luas e estrelas..
Depois de assadase decoradas, mamãe nos dava algumas para provar...
Ahhh! que sabor delicioso!!!
Assim que esfriassem e secassem ficávamos assistindo o
seu acondicionamento em latas hermeticamente fechadas para que
não perdessem a "crocância" e o perfume.
A partir daquele momento esperaríamos pelo café da manhã do
"Dia 25 de Dezembro", quando uma lata seria aberta
e as bolachas seriam a grande "Estrela do Natal" !
E assim seguiríamos por quase um mês, comendo-as aos poucos, 
até que todas as latas estivessem vazias. 
Para os dias atuais isso pode parecer tão pouco, mas estejam certos... 
vivíamos o verdadeiro "Espírito do Natal" e éramos imensamente felizes.
Cika Parolin
Existe 
um lugar aqui dentro do peito...
uma Shangrí-la, uma Xanadu, uma Passárgada...
Sei lá... pouco importa o nome...
Importa saber que lá é o meu lugar ideal,
aonde vou quando quero banhar-me
nas águas da paz
e visitar o que há de melhor em mim.
Cika Parolin