sexta-feira, 30 de novembro de 2018

A Felicidade é toda cheia de vontades!
Faz pequenas aparições;
finge que vem, mas não vem;
não tem compromisso com hora marcada
e faz visitas breves, muito breves! 
Cika Parolin

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Não invejo a ninguém 
e nem alimento a ideia de que alguém nutra 
esse sentimento por mim.
Aprecio o talento alheio e não me sinto insegura
das minhas capacidades, apenas não me acho tão importante
a ponto de me acreditar invejada.
Cika Parolin

domingo, 25 de novembro de 2018

No pequeno quintal da casa da minha infância havia um canteiro de moranguinhos. Quando chegava a época certa de florirem e se transformarem em frutos, mamãe o cercava de cuidados como colocar *cepilho ao redor das plantas para que se mantivessem sempre úmidas e protegidas das formigas; regava-as e as protegia do sol forte. Também colocava ao seu redor toda sorte de latas e penduricalhos em hastes para que, com o vento, se produzissem barulhos que espantariam os pássaros de seu valioso canteiro. E num domingo qualquer, quando finalmente os morangos saindo do verde, passando pelo branco e chegando àquele tom vermelho brilhante, característico do fruto maduro, exalava um perfume maravilhoso, Mamãe os colhia e sabíamos que após o almoço teríamos a melhor sobremesa da face da terra: "Morangos com suspiro e nata". Para meu irmão e eu, nada poderia ser mais saboroso e comíamos aquela delícia com muita lentidão para que a "experiência" durasse bastante. Hoje, tanto tempo depois, todos os morangos com nata que eu venha a saborear jamais se aproximarão em sabor e aroma aos daquela época. Percebo, porém, que todo o diferencial de sabor se deveu à lição escondida naquele canteiro de morangos de mamãe: A lição da espera! Ela estava nos ensinando que para tudo há um momento certo! Para o plantio, para o cuidado e para a colheita e, que os frutos devem ser usufruídos por todos igualmente.
Assim era mamãe, uma criatura extremamente humilde, mas plena de sabedoria! Que era capaz de ministrar ensinamentos através de um simples canteiro de moranguinhos.
Cika Parolin

*cepilho- espécie de serragem vinda das serrarias e geralmente aproveitada para proteger as plantas da invasão de formigas.
Por saber que já vivi pelo menos dois terços do que provavelmente viverei,
não me sinto no direito de gastar o tempo que me resta
com desentendimentos de nenhuma ordem.
Cheguei a uma idade em que finalmente compreendi o peso real das coisas e que devo carregar o que me seja leve. Por essa razão tomei como norma permanecer sempre aberta ao diálogo franco e completamente avessa à discussões, disse-me-disses, intrigas e afins. 
A boa conversa, a lealdade, o respeito às individualidades 
me interessam sobremaneira 
e é a isso que concentrarei a atenção.
Cika Parolin
Nada do que façam ou digam me causa incômodo!
Tampouco os caminhos alheios são da minha alçada
ou me dizem respeito.
Apenas continuo vivendo ao meu modo!
Errando, aprendendo, acertando! Não necessariamente 
nessa ordem, mas preocupada apenas em encontrar
o caminho para meu melhoramento como pessoa.
Cika Parolin

sábado, 24 de novembro de 2018

Dou tanto valor aos pequeninos gestos de delicadeza! 
São formas especiais que algumas pessoas encontram para nos dizerem: 
"Gosto de Você", "Sua amizade é importante para mim"!
Uma palavra de carinho, um pequeno e inesperado mimo,
um telefonema, uma mensagem desejando melhoras 
ou até ser solidário nos momentos difíceis... 
são tantas as formas de se demonstrar afeto
e permita Deus que a todas elas eu seja grata e atenta!
Cika Parolin

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Cada qual sabe do seu calvário!
O fato de não o lamentarmos
não quer dizer que não o enfrentemos.
Significa, apenas, que conseguimos ver
além dele.
Cika Parolin
O ser humano com seus equívocos,
cometidos em nome de seu desmedido orgulho, 
não se dá conta de que se tornará "pássaro que esqueceu de voar",
esquecido na solidão do ninho!
Cika Parolin

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Além dos necessários atos de delicadeza como ceder o lugar a um idoso, responder a um cumprimento, a GENTILEZA deve exceder os comportamentos adequados à vida social.
Um ser essencialmente gentil pensa em si, mas não deixa de pensar no outro. É capaz de olhar em volta e perceber que um único gesto poderia mudar para melhor o dia de alguém.
GENTILEZA, acima de tudo, é atitude aliada à vida como um todo, onde a conjugação a ser utilizada é precedida pelo pronome "NÓS". Sim! sempre no plural!
Cika Parolin

domingo, 11 de novembro de 2018

Somos demasiado rigorosos
para julgar as falhas alheias
e excessivamente displicentes 
para perceber e corrigir as nossas!
Cika Parolin

sábado, 10 de novembro de 2018

Mereço a minha serenidade 
a partir do momento em que não incomodo a paz alheia. 
Sem manifestações de vaidade, vivo os meus dias
como eles se apresentam, sem apontar meu dedo 
para a forma como meus semelhantes vivem os seus.
Cika Parolin
Nem vilã, nem mocinha!
A maturidade me ensinou a reconhecer 
e corrigir minhas falhas,
sem deixar de saber das minhas qualidades.
Não me julgue pior e nem melhor do que eu sou.
Considere-me igual a todos: Apenas humana!
Cika Parolin

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

E assim sigo garimpando as gemas preciosas 
da esperança, do respeito e do amor fraterno.
Onde estão?
No que calo, no que falo,
no que recebo, no que dou?
Podem estar onde menos se espea
e sua busca exige um olhar amoroso e atento!
Cika Parolin

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Na compreensão da importância dos gestos de reciprocidade 
é que reside o nascimento dos afetos duradouros. 
Nunca vi uma amizade sobreviver à desatenção 
e às delicadezas de "mão única".
Cika Parolin
Quando se fala lindamente,
mas se age de forma contrária ao que se diz,
percebe-se a inviabilidade de criar laços mais profundos.
Eles só se estabelecerão quando os atos
caminharem ao lado do discurso. 
Cika Parolin

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

A lembrança daquela noite 
volta demasiado frequente e clara
para cutucar feridas que se julgava,
já há muito, cicatrizadas.
De qualquer modo,
não se aconselha ocultá-las,
mas antes, permitir que extravasem
e novamente sangrem.
Cika Parolin
Fragmento de crônica sobre "Perdas"
Tenho meus ataques de raiva, 
que não duram mais que dois segundos.
Algo dentro de mim, mais forte ou mais sensato, 
alerta-me para os perigos da ira 
e me traz de volta ao eixo.
Cika Parolin