terça-feira, 31 de julho de 2018

A conquista da convivência afetuosa e pacífica requer, 
na grande maioria das vezes, um primeiro passo rumo ao outro!
Diante de braços abertos, de mãos desarmadas e de corações entregues... 
muitos os abrirão, muitos se desarmarão 
e muitos entregarão o coração.

Cika Parolin

domingo, 29 de julho de 2018

Um mau momento é apenas um detalhe 
entre tantos dias maravilhosos que Deus nos concede.
O ser humano, pessimista por natureza, reclama de tudo
e dá relevância excessivamente grande aos acontecimentos menos felizes. 
Esquece rapidamente das tantas coisas boas 
que lhe acontecem, para acorrentar-se às suas infindáveis lamentações. 
Cria dessa forma uma imagem de sofredor, 
gerando em torno de si uma energia que afasta as pessoas, 
o que intensifica ainda mais o seu sofrer.
Não falo em fingir não ter problemas, mas em encará-los de forma positiva; 
em acreditar que aquilo é apenas um momento difícil, porém passageiro. 
Cika Parolin

sábado, 28 de julho de 2018

A coragem de seguir o que diz o coração, 
a despeito de ser entendida ou não, parece-me sempre a melhor saída,
visto que tal decisão leva-me ao encontro de mim mesma.
Cika Parolin

sexta-feira, 27 de julho de 2018

O respeito é a base da convivência pacífica entre seres essencialmente diferentes. 
Sou ciosa do calor do sol a que faço jus, 
mas capaz de compreender que todos sem exceção 
têm o mesmo direito ao seu quinhão.
Cika Parolin

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Com a maior sinceridade de que sou capaz, 
não costumo ficar aprisionada às correntes da mágoa!
Obviamente, eu percebo atitudes que escondem falta de
lealdade e gratidão, mas nem por isso fico ruminando tristezas.
Somente me afasto para ir ao encontro de gente cuja aura 
exala bem-querer.
Cika Parolin
Quando mais jovem, eu achava que envelhecer seria uma coisa muito triste! 
Mas, por mais incrível que possa parecer, à medida que envelheço, 
descubro que amadurecer é a arte de dar o devido peso aos acontecimentos. 
O que antes seria motivo de tristeza e rancores passa a ser descartado rapidamente
e em seu lugar entra a sabedoria de ver tudo com mais leveza.
Cika Parolin
Do passado lembre somente as coisas boas!
Com certeza todos têm bons momentos para serem contados, 
escritos, recordados.
Coisas que o magoaram? Esqueça! Isso já não importa mais.
Aproxime-se dos que você ama, conte-lhes as coisas bonitas 
e engraçadas que o marcaram! 
Coisas que poderão eternizá-lo na memória dos seus descendentes!
 Pense! quando você já tiver partido dessa vida, 
ser lembrado como uma pessoa de coração generoso, 
que contava histórias felizes.
Cika Parolin
Tenho memória curtíssima para ressentimentos! 
Duram no máximo algumas horas 
e vou logo em busca de algo que me faça bem,
que me inspire e que alegre meu existir.
Cika Parolin
Se, por apenas uns minutos,
pensássemos na complexidade dos planetas, 
das estrelas, das galáxias... 
perceberíamos quanto tempo desperdiçamos
com bobagens! Entenderíamos que diante da grandiosidade
do Universo somos apenas efêmeras partículas de vida
e que não temos o menor motivo para nos sentirmos
melhores, mais capazes que ninguém.
Cika Parolin

terça-feira, 24 de julho de 2018

Uns vêm outros vão.
Assim também nossa existência é marcada
pelo constante girar da roda da vida.
Alguns já viraram passado,
rapidamente sumiram na estrada
e foram esquecidos na imensidão.
Outros, marcaram para sempre os nossos dias
mesmo que já tenham seguido outra direção.
Cika Parolin
Pedaços de nós,
fragmentos da nossa história
que permanecem no tempo e no espaço! 
Perdidos, irrecuperáveis,
mas para sempre na memória!
Cika Parolin

segunda-feira, 23 de julho de 2018

De que menina falam esses versos?
Que rua da infância eles citam?
Desbotadas pelo tempo,
que lembranças eles evocam?
Talvez existam apenas para colorir
e trazer luz à tudo que um dia foi cinzento.
Cika Parolin

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Estávamos em um pequeno hotel na periferia de Roma. 
Era uma noite tranquila como outra qualquer. Exaustos das andanças do dia, decidimos jantar pão, queijos e vinho, no quarto mesmo. Depois disso nos recostamos na cama para planejarmos onde iríamos no dia seguinte.
De repente notamos que o velho e sujo lustre começara a balançar, 
o colchão vibrava; tudo balançava ao redor e, em seguida, o mais assustador e inimaginável som fez-nos pensar que as tropas da cavalaria italiana estavam entrando no ambiente. Ficamos lá segurando as mãos, à espera do pior.
Tão rapidamente quanto chegara, a coisa cessou.
O lustre foi lentamente parando e um silêncio absoluto se instalou. Levantamos em direção a uma pequena sacada e lá fora nenhuma folha se agitava, nenhuma voz, o céu estrelado
e tudo parecia normal como nos outros dias.
Passamos a noite acordados, com o coração aos pulos sob o impacto de algo tão estranho. Cedo, no café da manhã, perguntamos o que tinha sido aquilo. Ao que a dona da estalagem nos disse: "Abalo sismico ad Assissi".
Ficamos horrorizados e jamais poderíamos imaginar que, a praticamente 100 quilômetros de distância, era possível sentir os reflexos do terrível terremoto que acabara de ocorrer em Assis.
Cika Parolin

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Era uma caixa de madeira envernizada, 
com detalhes florais em machetaria. 
À menor distração de mamãe, embrenhava-me no seu quarto,
onde, no fundo do guarda-roupas, estava aquela maravilha.
Dentro dela, em séphia, muitas fotos antigas.
Retratavam mulheres, homens e crianças
elegantemente vestidos à moda dos anos vinte, trinta, quarenta...
Coques imensos, sedas, ternos, bebês arrumadinhos.
O sorriso contido das mulheres, como convinha à época!
Homens carrancudos, com bengala e bigode elaborado.
Intrigavam-me especialmente algumas fotos milimetricamente
cortadas que sonegavam, aos meus olhos ávidos de criança,
personagens misteriosos, histórias desconhecidas,
dramas e segredos desbotados.
Ali ficava durante horas a observá-las. Identificando traços familiares, perguntando-me quem eram aquelas pessoas, o que tinham vivido, de onde vieram, o que delas ficara em mim?
Algumas respostas foram dadas, mais tarde. Outras jamais!
Das minhas furtivas incursões ao armário de mamãe,
restou-me a certeza de que o tempo apaga
resquícios de vidas que geraram as nossas.
Preservadas e silenciosas
numa simples caixa de fotografias.
Cika Parolin

terça-feira, 17 de julho de 2018

Que as asperezas do mundo não nos abalem a ponto de
confundirmos o que somos com o que esperam que sejamos.
Cika Parolin
E o que foi
de vez em quando volta!
Algo esquecido no tempo
bate à porta da alma
e fica lá esperando que se abra uma fresta!
E chama e grita
e monta guarda. 
Cika Parolin

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Longe de ser um lugar de beleza extrema, 
daqueles que cabem entre os limites de um cartão postal, 
era um pedaço do paraíso
onde havia tudo do eu precisava.
Amor, família, amigos, rostos, sorrisos, cheiros e sons...
Era onde eu me sentia em casa.
Cika Parolin
Mãos enlaçadas.
O silêncio falava mais alto!
Nada mais seria preciso
se o tempo tivesse parado exatamente ali.
Cika Parolin

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Não se deixe jogar 
nessa ou naquela direção.
Apenas Você decide seu "norte"!
Sem meta definida, "ao sabor dos ventos",
não se chega a lugar algum.
Cika Parolin

segunda-feira, 9 de julho de 2018

A mola mestra dos relacionamentos sempre me pareceu a reciprocidade.
O respeito e o afeto que dedico ao outro sempre serão 
do tamanho do respeito e do afeto que recebo.
Cika Parolin

sábado, 7 de julho de 2018

Nessa manhã, igual a tantas outras,
vieram-me à lembrança os nossos dias.
Não olhamos mais as mesmas paisagens,
nem nossos caminhos terrenos tornarão a se cruzar!
Estás em outra dimensão, porém existes dentro de mim,
mais vivo do que nunca, meu irmão,
nos laços perenes que nos unem.
Cika Parolin
Quem me olha no espelho,
agora percebo,
é o avesso da moça
que ainda habita em mim.
Cika Parolin

terça-feira, 3 de julho de 2018

Sou gêmea!
Já no útero materno tive que aprender a dividir espaço.
Cada um, para mamar, teve que entender a espera. 
Mais tarde, nunca senti que um brinquedo fosse apenas meu.
Creio que isso tenha sido a minha melhor escola! 
Foi o que forjou em mim a certeza
de que viemos ao mundo para partilhar,
para ceder espaço, para respeitar e zelar pelo outro.
Essa é a razão que me faz achar incompreensíveis certas disputas por ninharias; pelo "honroso" lugar de destaque,
pela necessidade de ser o primeiro em tudo.
Cika Parolin

segunda-feira, 2 de julho de 2018

A dureza das adversidades não a abateu.
Tempos do "pão com banha" 
e quando tudo o que restava era lutar ou lutar, ficaram para trás 
e lhe amalgamaram um temperamento positivo
e um profundo sentimento de gratidão pelas lições recebidas.
Cika Parolin