domingo, 27 de janeiro de 2019

Na compreensão da importância dos gestos de reciprocidade 
é que reside o nascimento dos afetos duradouros. 
Nunca vi uma amizade sobreviver à desatenção 
e às delicadezas de "mão única".
Cika Parolin

sábado, 26 de janeiro de 2019

À beira de uma estrada qualquer de interior, 
pequenas flores do campo, de um singelo tom arroxeado,
chamaram-lhes a atenção. 
Sem perda de tempo ele parou o carro 
e colheu uma delas.
Olhos nos olhos, mãos nas mãos, ela recebeu a florzinha como o mais valioso presente! Prendeu-a entre os dedos até o final da viagem e depois, por dias, um copo de água serviu-lhe de vaso. Antes que morresse fora guardada em um livro, cujo nome agora não importa.
Lá ficou por anos e anos...
De vez em quando, era "visitada" e as mutações
provocadas pelo tempo se percebiam.
Numa dessas ocasiões, ao abrir o livro, a florzinha seca havia se desintegrado e seus fragmentos caíram ao chão.
Nada mais poderia ser feito além de lançá-los ao vento
como quem, com muita relutância, devolve ao universo
algo que se queria somente seu.
Cika Parolin

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Uns choram, outros riem!
Hoje, para muitos, foi dia de lágrimas.
Lágrimas amargas, enlameadas,
com gosto de ferro.
Cika Parolin

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

É que ele exercia tal fascínio
que ela não conseguia vê-lo como de fato era. 
A moça amava sem questionamentos, 
sem expectativas.
Apenas o amava.
Cika Parolin

domingo, 20 de janeiro de 2019

Que minha alma seja branda,
que ela perceba o bem que existe em cada ser.
Que eu não aponte falhas em meus semelhantes, 
mas antes observe as minhas que podem ser ainda maiores 
do que as que eu busco apontar nos outros. 
Que eu não tire a paz de ninguém
e que o coração dos que querem tirar a minha,
também seja abrandado.
Cika Parolin

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Tomates cereja embebidos no azeite de oliva, mussarela de búfala, uma fina fatia de pão rústico de centeio, folhas de manjericão fresco e uma taça de vinho tinto, talvez um Chianti!
Nada poderia ter sido mais saboroso naquele almoço ao ar livre,
na praça central de Siena(IT)! 
Cercados de gente e sons de várias etnias, absorvíamos o dia com vagar, para não perdermos nada.
Muitas vezes faço esse almoço leve para relembrar aquele dia especial 
que, com frequência, me traz à memória o perfume dos ciprestes 
e o calor do sol morno em um dia de outono na Toscana. 
Cika Parolin
A vida sem humor seria humanamente impossível!
Faço o máximo empenho para extrair de acontecimentos desagradáveis
a pitada de "coisa engraçada" que se esconde atrás de quase tudo. 
Se eu levasse todos os infortúnios a "ferro e fogo" 
eles teriam me transformado em um ser sem jogo de cintura e sem nenhum pingo de senso de positividade.
Quero a leveza da risada solta! Quero não levar
e nem me levar a sério demais. 
Cika Parolin

domingo, 13 de janeiro de 2019

A despeito de tudo, somos humanos!
Todas as minhas teorias não impedem que eu saiba
que um dia iremos embora 
e aqui deixaremos, por curto espaço de tempo, 
apenas rastros de nossa passagem. 
Tal constatação deveria nos fazer ver que não há ninguém melhor
e tampouco, pior que cada um de nós.
Estamos aqui para a aprendizagem da humildade,
do respeito e das atitudes do bem.
O diferencial todo está em aprender ou não, as lições:
Quanto mais tempo perdermos com vaidades e mesquinharias,
mais íngreme será o caminho rumo ao melhoramento
e menos chance teremos de deixar marcas minimamente exemplares da nossa curta estada.
Cika Parolin
Todos temos nossos compromissos e deveres 
e muitas vezes eles demandam renúncia 
daquilo que gostaríamos de estar fazendo.
No entanto, entrei naquela idade em que posso me dar ao luxo de me "rebelar"! Não me sinto culpada por, de vez em quando, tirar o dia só para mim, dormir quando e quanto quiser, passar o dia de pijama escrevendo poemas, ouvir música no último volume, ver filmes o dia todo sem responder o telefone, esquecer das horas, curtir a minha companhia sem nada pra fazer.
Isso não tem a ver com egoísmo, mas com "terapia"!
É saudável dar-se um tempo das correrias e das necessidades alheias. É como se eu buscasse energia para seguir em frente! Bom e necessário!
Então para você também: *"Dolce far niente"
e feliz fazer aquilo que o faz leve. 
Cika Parolin
*Dolce far niente - expressão italiana: "doce fazer nada".
O impiedoso passar do tempo não faz de mim uma mulher sábia 
pelo fato de amadurecer, mas de certa forma me faz ver as coisas
 de forma mais tranquila, sem a precipitação e o calor da hora. 
Antes, me faz olhar os contratempos com uma boa pitada de humor 
e na certeza de que nada dura para sempre. 
Se os momentos bons passam rápido, os maus passam tanto quanto.
Conforta-me saber que a serenidade vem substituir as perdas inerentes ao envelhecimento. 
É o "toma lá dá cá da vida"
Cika Parolin

sábado, 12 de janeiro de 2019

Não sei até que ponto revolver os "sedimentos do passado" 
pode ser uma coisa boa! 
As lembranças bonitas podem até trazer um sorriso aos lábios, 
mas as lágrimas que elas trazem aos olhos 
são totalmente dispensáveis.
Cika Parolin

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Como diz a velha canção: 
"A distancia, sabe, é como o vento,
Apaga os fogos pequenos
Acende aqueles grandes. Aqueles grandes "
Os velhos grandes amores, 
que muitas vezes julgamos apagados pela distância, 
demandam apenas um pequeno sopro de vento
para reacenderem em grandes labaredas.
Cika Parolin

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Só agora percebo que todos os dias tenho inventado formas e maneiras de recomeçar. 
Como se ontem fosse história esquecida, que não tivesse marcado, 
que não houvesse acontecido. Assim eu sigo por caminhos diferentes. 
Você e eu por estradas paralelas.
Cika Parolin

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Quando jovem, ouvia dos antigos a clássica frase: "O tempo voa"! E não é que me peguei dizendo isso dia desses! Não vi os últimos vinte anos passarem e ainda não realizei aquele velho plano de entrar num ônibus caindo aos pedaços qualquer e sair por aí, talvez rumo à Goiás; quem sabe comer doce de leite no interior do interior de Minas; não a viagem de turista, mas o ir ficando onde desse vontade! Passeando por pessoas, hábitos e lugares! A pé, de charrete, de bicicleta ... sem tempo determinado ou programações elaboradas! Apenas fazendo o que o gosto mandasse.
Os sessenta estão passando e já começo a transferir os planos para a próxima década! Logo começarei a desconfiar que não vai dar tempo.
Cika Parolin

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

A lagarta se transformou em borboleta 
e, numa ensolarada manhã, 
deixou atrás de si o casulo que lhe dera abrigo. 
Assim também a moça alçou voo, 
não sem antes olhar para trás 
e lançar um último olhar de gratidão.
Cika Parolin

domingo, 6 de janeiro de 2019

Os que moravam longe da cidade
levavam meses para registrar os filhos recém-nascidos 
e, igualmente, demoravam para terem seus nomes definidos. 
Eu não fugi à regra: Nascida em parto gemelar com Ciro, 
o menino ansiosamente esperado, não cogitavam nomes de menina 
e muito menos que viessem gêmeos,
visto que já tinham Marli, uma menina de cinco anos.
Como era de praxe queriam nomes que combinassem.
Cogitaram Maria e Mário, João e Joana, Karl e Katia...
mas o nome sonhado para o menino era "Ciro"!
Formou-se o impasse! Que nome dar à menina?
Dessa forma fiquei mais de meio ano sendo mencionada como "a nenê".
Não mais que de repente, Dona Amélia, uma moradora de uma chácara próxima, apareceu, providencialmente à hora do almoço,
para visitar, segundo ela, "os geminhos"!
Entre um pedaço de frango assado e outro, ela faz a pergunta fatal:
"Dona Maria( Marichen), como é o nome dos geminhos"?
Ao que mamãe responde: "O nome do guri é Ciro,
a menina ainda não tem nome".
Como que tendo uma ideia fenomenal dona Amélia grita:
"CIRLEI", Ciro e Cirlei, combina"!
E assim foi, algum tempo depois registraram-nos
e em seguida, o Batismo, realizado num domingo chuvoso,
no Templo Luterano, pelo pastor Fughmann,
recém vindo da Alemanha que num português péssimo disse:
"Kiro e Kirlei eu vos batizo em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo, amém.
Quanto ao Cika? Fica para uma outra longa história.
Cika Parolin
No mundo dos pássaros,
Quando é chegada a hora de voar,
eles não se preocupam 
se seu voo será belo ou amplo! 
Apenas sentem que é hora...
Aprumam-se,
batem as asas,
enfrentam o medo,
lançam-se ao espaço
e simplesmente voam.
Miremo-nos no exemplo dos pássaros
Que não se comparam aos outros
E nem se vangloriam de suas asas
pois, sabem que no céu há lugar
tanto para águias
como para pardais.
Cika Parolin
Trafego pelo tempo 
com o Amor na bagagem!
Aquele amor imenso 
que se doa aos melhores afetos.
Aquele que começa pelo gostar de mim
e vai até os mais belos sentimentos
que nutro pelos que me habitam o coração.
Alguns se eternizaram na lembrança,
outros me completam e, a cada dia,
aprofundam suas raízes.
Do amor não carrego queixumes,
somente trago no peito
motivos para gratidão.
Cika Parolin
Da cozinha da velha casa vinha um maravilhoso perfume de especiarias: cravo, canela, cardamomo, noz-moscada, coentro, anis...
que invadia todos os cantos e enchia nossa alma de alegria.
Sim!!! novamente o perfume do NATAL!
Mamãe mais uma vez cumpria o ritual das bolachas
feitas de geração em geração, cuja receita
vem de um passado remoto. 
A nós crianças era permitido participar, desde que estivéssemos com as mãos rigorosamente limpas! Podíamos manusear a massa, cortá-la com formas de coração, bota, lua e estrela.
Depois de assadas e decoradas,
mamãe nos dava algumas para provar:
Ahhh! que sabor delicioso!
Assim que esfriassem e secassem ficávamos assistindo o seu acondicionamento em latas hermeticamente fechadas para que
não perdessem a crocância e o aroma.
A partir daquele momento esperaríamos pelo café da manhã do
"Dia 25 de Dezembro", quando uma das latas seria aberta
e as bolachas seriam a grande "Estrela do Natal" !
E assim seguiríamos por quase um mês, comendo-as aos poucos, até que todas as latas estivessem vazias. Para os dias atuais isso pode parecer tão pouco, mas estejam certos,
vivíamos o verdadeiro "Espírito do Natal"
e éramos imensamente felizes.
Cika Parolin
O amanhecer nada mais é
que a lição de como recomeçar,
apesar do breu da noite e seus temores.
Cika Parolin

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Não permita que ofusquem sua alegria 
e que apaguem da sua alma a esperança!
Você é o guardião(a) de ambas e como tal, responsável 
por mantê-las sempre vivas e pulsando dentro de si.
Não delegue a outrem o dever de fazê-lo(a) feliz! 
A felicidade vem de dentro para fora 
e se expande a partir de você.
Que a alegria, a esperança e a fé sejam sua meta 
nesse ano que se inicia.
Cika Parolin